quarta-feira, 9 de março de 2011

Diretor do FMI aconselha a Dilma que Brasil desacelere o crescimento

O diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, disse nesta quinta-feira (3) ter aconselhado a presidente Dilma Rousseff que o Brasil desacelere o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos anos. Segundo ele, há um risco de superaquecimento da economia. Strauss-Kahn se reuniu com Dilma nesta tarde no Palácio do Planalto. Nesta quinta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que o PIB brasileiro fechou 2010 com uma alta de 7,5%. “Disse à presidenta que o risco para a economia brasileira é o sobreaquecimento da economia. É o momento de desacelerar a economia, medidas tomadas pelo Brasil nesse sentido são muito bem-vindas. A presidente está muito ciente dessa questão”, disse. O diretor do FMI elogiou medidas de ajuste fiscal e controle da inflação adotadas pelo governo, como o corte de R$ 50 bilhões no Orçamento de 2011 e a elevação pelo Banco Central da taxa de juros de 11,25% para 11,75%. “As medidas que foram anunciadas recentemente, como a contenção de gastos de R$ 50 bilhões são muito bem-vindas pelo FMI. Ao mesmo tempo, a política monetária implementada pelo Banco Central é a política correta”, afirmou. 

InclusãoStrauss-Kahn também afirmou que o Brasil dá “exemplo” aos outros países em termos de políticas voltadas para a inclusão social. Segundo ele, é preciso utilizar o alto crescimento econômico do Brasil em 2010 para diminuir a pobreza.
“Tivemos uma conversa no sentido de que o crescimento formal é bastante e de que o crescimento precisa ser de natureza includente. Ou seja, tem de haver crescimento por um lado, mas, sobretudo, usar esse crescimento para obter maior igualdade e tirar as pessoas da pobreza. O exemplo do caso brasileiro é elucidativo. Muita coisa foi feita, por meio do Bolsa Família e outros programas. Um ótimo exemplo para o resto do mundo.” 

PetróleoO diretor do FMI comentou ainda sobre os conflitos em países da África, como a Líbia. Segundo ele, os conflitos só afetarão fortemente a exportação de petróleo se perdurarem por muito tempo. “Nosso entendimento no FMI é que, a menos que o conflito na África do Norte dure muito tempo, a influência não será muito significativa [no preço do petróleo].” Ele também disse que o Brasil terá maior espaço nos organismos internacionais, como o FMI e o G20, grupo formado pelas 20 maiores economias do mundo. De acordo com Strauss-Kahn, entra em vigor nesta quinta uma mudança nas regras de participação dos países no FMI que dará maior destaque a nações emergentes. “Hoje a reforma iniciada em 2008 que eleva o voto, a representatividade de países emergentes, como o Brasil, entra em vigor.” 

As informações do G1.

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