segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Encontro sobre capoeira para mulheres

Tombado como patrimônio cultural da Bahia e restaurado pelo Instituto de Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), da secretaria estadual de Cultura (SecultBA) e sede de academias de capoeira, o Forte Santo Antônio Além do Carmo no Centro Histórico de Salvador (CHS) abre espaço a partir de amanhã, dia 19 (fevereiro, 2011), para o 1º Seminário: No Ventre, a Capoeira.

O evento objetiva fortalecer a participação das mulheres na capoeira, com encontros aos sábados, das 14h às 18h30, até 9 de abril, quando acontece encerramento com diversas oficinas. Antes, no dia 5 do mesmo mês, o Mestre Pastinha – considerado maior propagador da capoeira angola no Brasil – será alvo de grande homenagem (VEJA HISTÓRICO). Na programação está prevista a entrega de troféu ao Mestre João Pequeno e mais sete mulheres representantes femininas na capoeira. “Serão lembradas mulheres de relevância no contexto político-sócio-cultural da Bahia”, comenta Cristiane Nani, da organização dos encontros.

A capoeira é oficialmente Patrimônio Imaterial da Bahia desde 2006 através de pesquisas do IPAC. Em 2009, o Ministério da Cultura (MinC) também registrou a capoeira como patrimônio brasileiro. Segundo a antropóloga Maria Paula Adinolfi, autora do parecer do MinC, a capoeira é um fenômeno multifacetado e multidimensional, ao mesmo tempo dança, luta e jogo. “A capoeira surgiu provavelmente em fins do século 18 entre crioulos e africanos escravizados ligados às atividades da zona portuária ou comercial das grandes cidades litorâneas, e não nas senzalas dos engenhos, como foi imaginado por muitos anos”, diz Adinolfi.

A antropóloga explica que apesar de tributária de conflitos característicos da sociedade escravista colonial no Brasil, a capoeira mantém elementos culturais de matriz bantu, originários dos atuais países africanos Angola e Congo. “Essas nações associariam a capoeira a outras práticas culturais bantu-brasileiras, algumas das quais são reconhecidas como patrimônio cultural do Brasil, como o jongo, o samba de roda do Recôncavo e o samba do Rio de Janeiro”, conclui a pesquisadora.

Administrado pelo IPAC o Forte de Santo Antônio reúne atividades ligadas à capoeira. A edificação fica no mesmo lugar da trincheira Baluarte de Santiago, construída em 1627, após a expulsão dos holandeses de Salvador. Na década de 1950, foi transformado em prisão desativada em 1976, e no regime militar abrigou presos políticos. Informações sobre o seminário através dos telefones (71) 9925-5830, 8312-5869, 9635-5433 e 8833-1469, ou nildesena@yahoo.com.br enanidejoaopequeno@yahoo.com.br. Dados sobre o forte e IPAC no blog http://fortesantoantonio.blogspot.com e site www.ipac.ba.gov.br.

HISTÓRICO opcional: MESTRE PASTINHA - Vicente Joaquim Ferreira (1889 — 1981) chamado de Pastinha foi um dos mais reconhecidos mestres de capoeira do Brasil. Em depoimento ao Museu da Imagem e do Som em 1967, o mestre contou que "um velho africano assistindo a briga de rua da qual eu participava e apanhava e me convidou para me ensinar a capoeira”. Depois de anos de dedicação os conceitos de Pastinha formaram seguidores em todo Brasil. A originalidade do método de ensino e a prática do jogo enquanto expressão artística formaram a escola que privilegia o trabalho físico e mental para que o talento se expanda em criatividade. Em 1941, fundou a primeira escola de capoeira legalizada pelo governo baiano, o Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA), no Largo do Pelourinho. Em 1966, integrou a comitiva brasileira ao primeiro Festival Mundial de Arte Negra no Senegal e em 1965 publicou o livro Capoeira Angola, em que defendia a natureza desportista e não-violenta do jogo. Pastinha enfatizou o lado lúdico e artístico da capoeira, destacando os treinos de cantos e toques de instrumentos. Também buscou na tradição conceitos centrais, como a malícia e a ilusão do adversário sempre que possível, para evitar movimentos mecânicos e previsíveis. Para ele, a capoeira era um esporte, uma luta, mas também uma reza, lamento, brincadeira, dança, vadiagem e um momento de comunhão.

Assessoria de Comunicação – IPAC – em 18.02.2011
Jornalista responsável Geraldo Moniz (drt-ba 1498) – (71) 8731-2641 - Texto: estagiário Tiago Araújo e Geraldo Moniz
Contatos: (71) 3117-6490, ascom,ipac@ipac.ba.gov.br www.ipac.ba.gov.br - Facebook: Ipacba Patrimônio - Twitter: @ipac_ba


PROGRAMAÇÃO:
Período: de 19 de fevereiro a 09 de abril.
Dia: Sempre aos sábados.     Horário: 14: às 18:30.      LOCAL Forte Santo Antonio- Largo Santo Antonio Além do Carmo AJPP-CECA
Obs. Além da abertura e do encerramento do Evento, apenas as Rodas de Prosas, nos finais das tardes, serão abertas a participação masculina.
Abertura do I SEMINÁRIO: NO VENTRE, A CAPOEIRA.
Dia 19 de fevereiro (1º sábado) Aberto ao público.
(com a participação do Mestre João Pequeno de Pastinha).
14:00 – Inscrições, cadastramentos e entrega de materiais.
 15:00 as 16:30 Roda de prosa “Entre mitos, cantos e encantos da cultura afro brasileira”- convidadas: Professora Drª. Vanda Machado e  a advogada Drª. Sílvia Cerqueira
16:30 Performance “Afago poético a Lélia González- Nildes Sena
16:45 as 18:00 Música para a o corpo e a consciência.
 Cantora e educadora musical Alice De Sanayá.-
18:00 as 18:30 - Ajeum
26 de  fevereiro. (2º sábado)
14:00 as 16:00   Oficina de capoeira angola - movimentos cantos e toques com a professora Nani de João Pequeno.
16:00  as 17:30  Oficina de toques de pandeiro  com a artista percussionista Daniela Amoroso.
17:30 as 18:30 - Performance com a artista e Pedagoga Elizabete (Roda de prosa  “Estratégias de combate á violência contra a mulher”, “a mulher na auto gestão da sua vida”. ) convidadas: Delegada Dr ª. Izabel e a vereadora Marta Rodrigues.
12 de março (3º sábado):
14:00 as 16:00  Oficina de capoeira angola – movimentos cantos e toques com a Contra Mestra Nice Dandara (Aurelice Bispo).
16:00 as 17:30 - Expressão corporal e improvisação- com a arte educadora e artista Nildes Sena.
17:30 as 18:30 – Intervenção de Hip Hop.  (Roda de prosa: Arte educação envolvendo Capoeira Angola e afirmação da identidade de gênero) convidada Antropologa  Rita Cliff e a pesquisadora Nildes sena.
19 de março (4º sábado):
14:00 as 16:00 com Oficina de Capoeira Angola - movimentos cantos e toques com a ProfessoraNani de João Pequeno.
14:00 as 16:00 Oficina de toques de atabaque para o samba de roda com a percussionista Kaoly.
17:30 as 18:30 - Performance de Dança com Arilma Soares ( Roda de prosa “ Estética como instrumento político, a mulher na  mídia e no comando do seu corpo) convidadas Professora Drª. Ana Célia da Silva e  Profª. Ms. Vilma Reis.
 26 de março (5º sábado)
14:00 as 16:00 -  Toques , ritmos e cantos de berimbau na Capoeira Angola com  Mestra Janja (Rosangela Araujo)
16:00 as 17:30 -  Dança contemporânea - com a artista de dança  Arilma Soares
17:30 as 18:30- Performance Musical com a cantora Tina Ribeiro (Roda de Prosa “A participação das mulheres na capoeira e a mulher no comando das rodas”) convidada Mestra Paulinha (Paula Barreto).
 2 de abril (6º sábado)
14:00 as 16:00 -  Toques , ritmos e cantos de berimbau na Capoeira Angola com  professora Nani de João Pequeno (Cristiane Miranda).
16:00 as 17:30 -  Oficinas de HIP HOP com Paula Azeviche ( mestranda em Estudos étnicos e africanos pelo CEAO/UFBA) – Pedagoga, arte educadora e ativista do mov. Hip- Hop.
17:30 as 18:00 - Samba de roda  e  ( Roda de prosa “as mulheres cantadas nas músicas-“Corpo e movimento: mídia,  identidades de gênero e sexualidades”) – convidadas:  jornalista Vivian Caroline e a pesquisadora Barbara Alves.
5 de abril – (terça-feira) homenagem ao Mestre Pastinha. Participação dos alunos/as da AJPP – CECA e aberta ao público.
18:00 as 19:00 -Roda de prosa com a participação do Mestre João Pequeno com mestres, professores, aprendizes e admiradores – convidado para  mediar a prosa  Mestre Máximo.
19:00 as 21:00 – Tradicional roda de Capoeira Angola comandada pelo Mestre João Pequeno de Pastinha.
09 de abril (7º sábado) Encerramento aberto ao público
 15:00 – Roda de Prosa  A participação mulher em Organizações Sociais da cidade de Salvador” com Francineide Marques, advogada e capoeirista.(pós graduanda em Historia social e econômica do Brasil - Faculdade São Bento).
15:40 Apresentação dos resultados das oficinas- com duração de no Maximo 05 minutos por expressão. Sendo a de Capoeira Angola e samba de roda, integradas a roda final.
16:00 as 17:30 -  Roda de Capoeira Angola comandada pelas mestras, professoras e convidadas, com samba de roda no final.
17:30 as 18:00 - Música para o corpo e a consciência: Cantora e Compositora Márcia Pinho e Intervenção de HIP HOP com Paula Azeviche.
(confraternização).
18:00 as 18:30 – Ajeum.

Convidadas:
Professora Drª. Ana Célia da Silva
Cantora e educadora musical Alice De Sanayá.
Artista de dança Arilma Soares
Pesquisadora Barbara Alves
Artista, percussionista Daniela Amoroso
Artista e Pedagoga Elizabete
Advogada e capoeirista Francineide Marques
Delegada Drª. Izabel (a confirmar)
Mestra Janja (Rosangela Araújo)
Percussionista Kaoly.
Cantora e compositora Márcia Pinho
Vereadora Marta Rodrigues
Contra Mestra Nice Dandara (Aurelice Bispo)
Pedagoga, arte educadora e ativista do mov. Hip- Hop ,mestranda em Estudos étnicos e africanos pelo CEAO/UFBA – Paula Azeviche 
Mestra Paulinha (Paula Barreto).
Antropóloga  Rita Cliff.
Advogada Drª Silvia Cerqueira
Cantora e apresentadora -Tina Ribeiro
Professora Drª. Vanda Machado.
Professora  Ms. Vilma Reis
Jornalista e Produtora Cultural -Vivian Caroline
Convidado para o dia 05 de abril:
 Mestre Máximo.
Contatos:
(Nildes )71-  99255830 / 71 -83125869
(Nani) 71- 96355433 / 71-88331469
Salvador, fevereiro de 2011.              Obs. Programação sujeita a pequenas alterações.



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